A infecção urinária é um dos problemas mais comuns enfrentados na prática médica, especialmente entre as mulheres. Apesar de parecer algo simples, quando não tratada corretamente, essa infecção pode causar complicações sérias. Neste artigo, vamos entender de forma clara e completa o que é uma infecção urinária, seus tipos, sintomas, causas, exames diagnósticos, formas de tratamento e como prevenir.

O que é a infecção urinária?
Infecção urinária é o nome genérico dado a qualquer infecção que afeta o sistema urinário, que é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. A infecção ocorre quando microrganismos (geralmente bactérias) entram e se multiplicam em alguma parte desse sistema, provocando uma resposta inflamatória.
A bactéria mais comum associada à infecção urinária é a Escherichia coli (E. coli), que habita normalmente o intestino, mas pode migrar para a uretra e alcançar a bexiga ou até os rins.
Tipos de infecção urinária
A depender da parte do trato urinário afetada, podemos classificar a infecção em:
- Uretrite: infecção da uretra.
- Cistite: infecção da bexiga.
- Pielonefrite: infecção dos rins, mais grave e com risco de complicações.
- Ureterite: menos comum, é a infecção dos ureteres (os canais que ligam os rins à bexiga).
Essas classificações ajudam o profissional de saúde a entender a gravidade da infecção e qual o melhor tratamento a ser adotado.
Sintomas mais comuns
Os sintomas variam conforme a região afetada e a intensidade da infecção. Os sinais mais frequentes incluem:
- Ardência ou dor ao urinar (disúria);
- Urgência urinária (vontade urgente de urinar);
- Polaciúria (urinar muitas vezes em pequena quantidade);
- Urina turva ou com odor forte;
- Presença de sangue na urina (hematúria);
- Dor no baixo ventre ou nas costas;
- Febre (principalmente em casos de pielonefrite);
- Mal-estar geral e náuseas (em infecções renais).
Causas da infecção urinária
A principal causa é a presença de bactérias que sobem pela uretra, especialmente a E. coli, que pode contaminar a região genital e, ao encontrar condições favoráveis, se multiplicar. Fatores que favorecem essa contaminação:
- Má higiene íntima;
- Relações sexuais (principalmente sem higiene adequada antes e após);
- Uso prolongado de cateteres urinários;
- Baixa ingestão de água;
- Retenção urinária frequente;
- Alterações anatômicas do trato urinário.
Além disso, existem fatores de risco como gravidez, menopausa, diabetes, imunossupressão e uso de anticoncepcionais como diafragma.
Por que as mulheres são mais afetadas?
A anatomia feminina favorece a entrada de bactérias: a uretra da mulher é mais curta e está próxima ao ânus, facilitando o caminho de microrganismos intestinais até o trato urinário. Por isso, cerca de 50% das mulheres terão ao menos um episódio de infecção urinária na vida.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico começa com a avaliação clínica (histórico dos sintomas e exame físico), mas é confirmado por exames laboratoriais, principalmente:
1. EAS (Exame de Urina Tipo I)
Detecta sinais indiretos da infecção como leucócitos (glóbulos brancos), nitrito positivo (indicativo de bactérias gram-negativas), hemácias e proteínas. É o exame mais solicitado em casos suspeitos.
2. Urocultura
Exame mais específico, identifica qual bactéria está causando a infecção e permite testar a sensibilidade aos antibióticos (antibiograma). É fundamental em casos de infecções recorrentes ou resistentes ao tratamento inicial.
3. Exames de imagem
Como ultrassonografia ou tomografia, são utilizados em casos mais graves ou quando há suspeita de complicações como obstruções ou pielonefrite.
Tratamento
O tratamento da infecção urinária depende do local afetado, da gravidade e da frequência dos episódios. De forma geral, utiliza-se:
Antibióticos
São a base do tratamento. Os mais utilizados incluem:
- Nitrofurantoína
- Fosfomicina
- Ciprofloxacino
- Cefalexina
- Sulfametoxazol + trimetoprim
A escolha do antibiótico deve considerar o resultado da urocultura (se disponível) e o histórico do paciente. Em casos leves, o tratamento pode durar de 3 a 7 dias. Pielonefrite ou infecções mais graves podem requerer antibióticos intravenosos e hospitalização.
Analgésicos urinários
Medicamentos como fenazopiridina ajudam a aliviar os sintomas de dor e ardência, mas não tratam a infecção em si.
Hidratação
Beber bastante água é essencial para ajudar a eliminar as bactérias da bexiga com a urina.
Complicações da infecção urinária
Quando não tratada adequadamente, a infecção urinária pode evoluir e causar:
- Pielonefrite (infecção renal grave);
- Sepse (infecção generalizada);
- Insuficiência renal;
- Infecção recorrente e resistente;
- Parto prematuro em gestantes.
Por isso, é essencial iniciar o tratamento assim que os sintomas forem percebidos e seguir corretamente as orientações médicas.
Infecção urinária de repetição
Algumas pessoas, principalmente mulheres, sofrem com infecções recorrentes (mais de 2 episódios em 6 meses ou 3 em 1 ano). Nesses casos, é preciso investigar causas anatômicas, hormonais ou hábitos que possam estar favorecendo a infecção. Estratégias preventivas incluem:
- Uso de antibióticos em baixas doses por tempo prolongado;
- Uso de probióticos vaginais ou orais;
- Reposição hormonal local na pós-menopausa;
- Acompanhamento urológico.
Prevenção
Para evitar a infecção urinária, alguns cuidados simples são muito eficazes:
- Ingerir bastante água ao longo do dia;
- Não reter a urina por longos períodos;
- Higienizar-se sempre da frente para trás após evacuar;
- Urinar após as relações sexuais;
- Evitar roupas íntimas apertadas e de tecidos sintéticos;
- Cuidar da higiene íntima sem exageros (evitar duchas vaginais ou produtos irritantes);
- Trocar absorventes com frequência durante o ciclo menstrual.
Infecção urinária em homens
Embora menos comum, a infecção também pode atingir os homens, especialmente idosos ou aqueles com aumento da próstata, que dificulta o esvaziamento da bexiga. Quando ocorre, deve ser sempre investigada, pois geralmente está associada a alterações estruturais ou funcionais.
Infecção urinária em gestantes
Durante a gravidez, a infecção urinária é mais frequente por causa das alterações hormonais e anatômicas do trato urinário. Pode ser assintomática e ainda assim prejudicar o bebê. Por isso, exames de urina são rotineiramente solicitados no pré-natal.
Quando diagnosticada, o tratamento deve ser feito com antibióticos seguros para a gestação.
Conclusão
A infecção urinária é uma condição comum, mas que merece atenção. Conhecer os sintomas, buscar diagnóstico precoce e seguir corretamente o tratamento são as chaves para evitar complicações. Além disso, adotar medidas preventivas pode reduzir muito a chance de recorrência. Seja qual for o caso, nunca se automedique: o acompanhamento médico é indispensável para tratar adequadamente e proteger sua saúde urinária.
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